João
Batista Ribeiro de Andrade Fernandes (Laranjeiras, 24 de junho de 1860 — Rio de Janeiro, 13 de abril de 1934), mais conhecido
como João Ribeiro, foi um jornalista, crítico literário, filólogo, historiador, pintor e tradutor brasileiro.
Foi também membro da Academia Brasileira de Letras.
Infância
Órfão
de pai muito cedo, foi residir na casa do avô, que era de espírito liberal,
admirador de Alexandre Herculano. Depois de ter concluído na
cidade natal os primeiros estudos, transferiu-se para o Ateneu de Sergipe,
em Aracaju,
onde concluiu os estudos secundários. Foi então para a Bahia e matriculou-se
no primeiro ano da Faculdade de
Medicina de Salvador. Constatando a falta de vocação, abandonou o
curso e embarcou para o Rio de
Janeiro, para matricular-se na Escola Politécnica. Simultaneamente
continuava a estudar arquitetura, pintura e música, os vários ramos
da literatura e,
sobretudo filologia.
Jornalismo
Desde
1881 dedicou-se ao jornalismo e fez amizade com os grandes jornalistas do
momento, como Quintino Bocaiúva, José do Patrocínio e Alcindo
Guanabara. Ao chegar ao Rio, trazia os originais de uma coletânea de
poesias, os Idílios modernos. Seu amigo e conterrâneo Sílvio Romero leu
esses versos e publicou sobre eles um artigo na Revista Brasileira. Mesmo assim, João Ribeiro
decidiu não publicá-los. Trabalhou, a princípio, no jornal Época (1887-1888),
multiplicando-se por várias seções, sob diversos pseudônimos: Xico-Late, Y.,
N., Nereu. Em fins de 1888 estava no Correio do
Povo, com o seu "Através da Semana", onde assinava com as
suas iniciais e também com o pseudônimo "Rhizophoro".
Magistério
Apaixonado
pelos assuntos da filologia e da história, João Ribeiro desde cedo dedicou-se
ao magistério. Professor de colégios particulares desde 1881, em 1887
submeteu-se a concurso no Colégio Pedro II, para a cadeira de Língua Portuguesa. Contudo só foi nomeado três
anos depois, para a cadeira de História Universal. Foi também professor da
Escola Dramática do Distrito Federal, cargo em que ainda estava em exercício
quando faleceu. Nesta época, escrevia para A Semana, de Valentim de Magalhães, ao
lado de Machado de Assis, Lúcio de Mendonça e Rodrigo
Octavio, entre outros. Ali publicou os artigos que irão constituir
os seus Estudos filológicos (1902).
A
partir de 1895 fez inúmeras viagens à Europa,
ora por motivos particulares, ora em missões oficiais. Representou o Brasil no
Congresso de Propriedade Literária, reunido em Dresden,
bem como na Sociedade de Geografia de Londres. Mantinha-se em contato com seus
leitores brasileiros através de colaborações no Jornal do Comercio, no O Dia e
no Jornal do
Comércio de São Paulo. A última fase de atividade na
imprensa foi no Jornal do Brasil, desde 1925 até a morte. Ali
escreveu crônicas, ensaios e crítica.
Obras
Medalha
comemorativa do centenário de nascimento de João Ribeiro - "Se eu não
fosse brasileiro, queria ser brasileiro"
Dicionário
gramatical (1889)
História do Brasil (1901)
Versos (1890)
Estudos
filológicos (1902)
Páginas
de estética, ensaios (1905)
Frases
feitas, filologia (1908)
Compêndio
de história da literatura brasileira, história literária (1909)
O
fabordão, filologia (1910)
Colmeia,
ensaios (1923)
Cartas
devolvidas (1926)
Curiosidades
verbais, filologia (1927)
Floresta
de exemplos, contos (1931)
Goethe (1932)
A
língua nacional, filologia (1933)
Crítica (org.
Múcio Leão)
Os
modernos (1952)
Clássicos
e românticos brasileiros (1952)
Poetas,
Parnasianismo e Simbolismo (1957)
Autores
de ficção (1959)
Academia Brasileira de Letras
Segundo
ocupante da cadeira 31, eleito em 8 de agosto de 1898, na sucessão de Luís Guimarães Júnior e recebido pelo
Acadêmico José Veríssimo, em 30 de novembro de 1898.
Em
1897, ao criar-se a Academia, estava ausente do Brasil e por isso não foi
incluído no quadro dos fundadores. Em 1898, de volta, ocorreu o falecimento de
Luís Guimarães Júnior. A Academia o escolheu para essa primeira vaga.
Foi
um dos principais promotores da reforma ortográfica de 1907. Seu nome foi
apresentado diversas vezes como o de um possível presidente da instituição, mas
ele declinou sistematicamente de aceitar. Em 22 de dezembro de 1927, porém, a
Academia o elegeu presidente. João Ribeiro apresentou, imediatamente, sua
renúncia ao cargo.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista_Ribeiro_de_Andrade_Fernandes
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